Muitas
e muitos de vocês têm recebido poesias, e perguntam-me se foram feitas por mim;
não, são obra de grande amigo carioca já falecido — Delson Peixoto Tarlé. Conhecemo-nos
em 1951 em Itaici, bairro da cidade paulista de Indaiatuba. Mais tarde fomos, também
ex-seminaristas jesuítas, em Nova Friburgo (estado do Rio) e, por fim, fomos
colegas de magistério no colégio Santo Inácio, Rio de Janeiro. Ele, Tarlé, saiu
da “Companhia de Jesus”, antes de mim.
Foi
sempre poeta, a que se juntavam duas outras características: torcia ardorosamente
(digamos assim) pelo Flamengo, e era notável contador de piadas.
Não
publicou obra alguma, mas deu-me, datilografado, este conjunto dos seus poemas de
que, a pouco e pouco, eu já tinha algum conhecimento.
Tinha
já eu deixado a vida religiosa dos jesuítas (ele, aliás, já o fizera antes de
mim) quando fizei sabendo da trágica morte dele no Rio de Janeirro— sozinho,
dirigia um automóvel e, numa curva, escapou-lhe a direção do carro e caiu na
ribanceira.
Ficaram-me as saudades do grande amigo Delson Peixoto
Tarlé, e o manual datilogrado das poesias (de que tanto gosto). Decerto está na
outra Vida — poetando para anjos e santos perante Deus, eternamente.
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